Líderes de grupo criminoso, PMs presos em operação desviavam drogas apreendidas em Salvador

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Os dois policiais militares que foram presos em uma operação nesta quinta-feira (9) são soldados que trabalhavam em Salvador, em duas companhias diferentes. Os PMs exerciam função de liderança no grupo criminoso. Os nomes deles não foram divulgados.

Um dos PMs estava no Paraná, viajando, quando foi localizado e preso. O outro estava preso em casa, na capital baiana. Segundo a investigação, os dois desviavam parte das drogas apreendidas em ações policiais. Eles são ligados a um grupo criminoso, para o qual repassavam as drogas apreendidas de rivais.

 

“Foi uma operação fruto de investigação desenvolvida pela antisequestro. Identificamos organização com atuação em cinco estados do Brasil, obtivemos 26 mandados de busca e apreensão e seis de prisão”, explicou Thomas Galdino, diretor do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic).

Segundo ele, o grupo praticava diversos crimes, como extorsão mediante sequestro, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. “A investigação continua. Hoje foi dado um passo a mais. Foram apreendidos diversos aparelhos eletrônicos e documentos que vão subsidiar a investigação”, acrescentou. 

O delegado Adailton Adan explica como eles chegaram até os PMs a partir do sequestro e morte de um empresário. “A investigação começou com a morte de Ivan Freitas de Almeida. Ele foi atraído e morto por polícias militares, no que enxergamos como tomada de poder. Foi sequestrado e morre para que organização trocasse de chefes”, explicou. “Tinha uma parceira com a criação de diversas empresas para lavar o dinheiro do tráfico de drogas. Foi esse o episódio do sequestro. Resgate foi pago e Ivan foi morto”, acrescentou. O crime aconteceu em 3 de agosto de 2023.

As investigações, iniciadas pela Delegacia Especializada Antissequestro (DAS), revelaram o modus operandi do grupo. A extorsão com morte servia para encobrir outras atividades ilícitas, como tráfico de drogas e lavagem de capitais – ainda não há detalhes de como era feito. O esquema criminoso movimentou cerca de R$ 150 milhões ao longo de três anos.

A polícia cumpriu seis mandados de prisões temporárias, sendo um no Paraná, outro no Ceará e mais um em São Paulo. Os demais foram aqui na Bahia. Ao todo, foram oito presos, contando dois detidos em flagrante com armas e drogas – também na Bahia. 

As ações, que fazem parte da Operação Indignos, deflagrada pela Polícia Civil, estão sendo realizadas nas cidades de Candeias, Lauro de Freitas, Dias D’Ávila e Camaçari, além de 10 bairros de Salvador. A investigação se estende em São Paulo, Paraná, Amazonas e Ceará.

A polícia pediu encaminhamento de todos os presos de fora do estado para a Bahia, local dos crimes.

Fonte: Correio / Fotos: Ascom PC

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