Gabriel Galípolo sinaliza alta da Selic e nega influência de Campos Neto, contrariando lulistas: “Liberdade”

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O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo (foto), afirmou nesta quinta-feira (27) que a autoridade monetária tem “liberdade” para decidir o tamanho do aumento da taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Ele sinalizou que haverá uma alta, que poderá variar entre 0,25 p.p., 0,50 p.p. ou 0,75 p.p. Ao ser questionado sobre a probabilidade de cada cenário, respondeu: “Isso é justamente querer estreitar o grau de liberdade que a gente quer se preservar a partir dessa comunicação”.

Galípolo apresentou o Relatório de Política Monetária, que diminuiu a projeção de crescimento do PIB para 2025 de 2,1% para 1,9%. O BC também prevê que a inflação, medida pelo IPCA, subirá para 5,6% em março e se manterá próxima de 5,5% nos próximos meses, acima da meta de 3%.

O presidente do BC negou que os aumentos de juros deste ano tenham sido determinados pelo ex-presidente Roberto Campos Neto, defendendo a autonomia dos membros do Copom. “Todos os diretores têm autonomia e, em todos os meus votos e em todos os votos dos diretores, está lá expresso o que é a consciência e a visão de cada um dos diretores”, afirmou.

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Galípolo também se recusou a comentar as declarações de membros do governo, que afirmam que as altas de juros foram “contratadas” por Campos Neto. Ele explicou que a “função de reação” do BC se refere ao momento atual, com expectativas de inflação desancoradas e adversidades a serem enfrentadas. “É por isso que a gente não encerrou o ciclo”, justificou.

O presidente do BC ressaltou que o Copom continuará avaliando as variáveis econômicas e que as expectativas de inflação serão um componente importante para a decisão sobre a Selic. “A nossa função de reação é muito mais difícil num processo desinflacionário, com as expectativas desancoradas como elas estão hoje, mas o que a gente está tentando comunicar é que o Banco Central entende como se dá esse mecanismo de transmissão”, disse.

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