ELA: entenda doença do ator Eric Dane, de Grey’s Anatomy e Euphoria

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|Foto: Reprodução/Instagram

O ator norte-americano Eric Dane, conhecido por interpretar Mark Sloan em Grey’s Anatomy e Cal Jacobs em Euphoria, anunciou que foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA).

Aos 52 anos, Dane é casado com a atriz Rebecca Gayheart, com quem tem duas filhas. Em entrevista à revista People, ele declarou estar grato por contar com o apoio da família enquanto enfrenta essa nova fase da vida.

“Sinto-me privilegiado por poder continuar trabalhando e estou ansioso para retornar ao set de Euphoria na próxima semana. Peço gentilmente que deem privacidade à minha família e a mim durante este período”, afirmou o ator.

Apesar do diagnóstico, Dane afirmou que a doença não tem impactado sua rotina profissional e confirmou que voltará às gravações da terceira temporada da série nos próximos dias.

O que é esclerose lateral amiotrófica (ELA)?

A esclerose lateral amiotrófica é uma das principais doenças neurodegenerativas, ao lado do Parkinson e do Alzheimer. A doença afeta o sistema nervoso de forma progressiva e acarreta em paralisia motora irreversível.

Com o tempo, a doença, leva à paralisia muscular e pode comprometer funções vitais, como a fala, a deglutição e a respiração.

“À medida que a doença avança, os pacientes também perdem a capacidade de se mover e, eventualmente, respirar de forma independente. A ELA é bastante desafiadora e ainda esbarramos na desinformação, que desencadeia um diagnóstico tardio”, explica Tatiana Branco, diretora médica da Biogen Brasil.

De acordo com o neurologista Carlos Wagner Pereira Júnior, do Hospital Anchieta de Brasília (grupo Kora Saúde), a ELA é mais comum entre homens — com uma proporção de 1,5 casos masculinos para cada diagnóstico em mulheres. No Brasil, a incidência é considerada rara: cerca de um caso por ano a cada 50 mil pessoas.

“Apesar da baixa incidência, a manifestação da condição impacta muito a vida do doente e a dos familiares, porque a ELA causa uma incapacidade física aguda”, explicou o neurologista.

A sobrevida dos pacientes varia bastante, dependendo da forma da doença. A ELA pode ser classificada em esporádica — a mais comum — e familiar, que tem origem genética. Estima-se que de 5% a 10% dos casos estejam ligados a mutações genéticas. A maioria, no entanto, ocorre de forma esporádica e pode estar associada ao estilo de vida.

Sintomas da esclerose lateral amiotrófica

Além da perda progressiva dos movimentos, a ELA também pode afetar as funções cognitivas, causando dificuldades de memória e raciocínio. Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Engasgos frequentes.
  • Gagueira (disfemia).
  • Cabeça caída.
  • Cãibras musculares.
  • Contrações involuntárias dos músculos (fasciculações).
  • Perda de peso.
  • Alterações na voz.
  • Rouquidão.
  • Dificuldade de dicção, com fala lenta ou anormal.

Como é feito o tratamento?

O tratamento busca desacelerar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente. Não há cura, mas os cuidados são multidisciplinares e envolvem acompanhamento médico, fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional.

Em alguns casos, medicamentos específicos também são indicados para aliviar os sintomas e prolongar a autonomia do paciente pelo maior tempo possível.

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