Parlamentares da oposição se reuniram com o relator especial para a liberadade de expressão da CIDH (Corte Interamericana de Direitos Humanos), Pedro Vaca Villareal. A reunião ocorreu na tarde desta terça-feira (11) com o objetivo de tratar dos constantes abusos praticados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra a liberdade de expressão no Brasil.
O encontro, que foi divulgado nas redes socias do deputado federal Marcel Van hattem (Novo-RS), teve destaque pela apresentação da histórica capa da revista Crusoé censurada em 2019, intitulada “O amigo do amigo de meu pai”.
A reportagem na época foi censurada pelo ministro Alexandre de Moraes, em função das primeiras decisões do Inquérito das Fake News, que ficou bastante conhecido com o Inquérito do “Fim do Mundo”.
Em nota nas redes sociais, o parlamentar afirmou que o relator não retornará a Washington D.C., se “não estiver totalmente convencido dos abusos cometidos pelo STF contra parlamentares e a sociedade brasileira”.
“O relator para a liberdade de expressão da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização para os Estados Americanos (OEA), Pedro Vaca Villareal, está neste momento em reunião ouvindo de nós, deputados, os abusos de autoridade e atos de censura praticados pelo STF contra parlamentares e contra toda a sociedade brasileira”, publicou Van Hattem no X (twitter).
“Chega de censura, perseguição política e abusos de autoridade de Lula, do PT e seus aliados, especialmente do STF”, acrescentou Van Hattem.
Em 2019, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou retirar a reportagem da Crusoé, intitulada “O amigo do amigo de meu pai”, por meiode um inquérito instaurado por decisão do ministro Dias Toffoli. A reportagem foi publicada com base em dados de um documento que constava nos autos da Operação Lava Jato.
Segundo o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o “amigo do amigo de meu pai” se referia ao ministro Dias Toffoli, que anteriormente atuou como advogado do Partido dos Trabalhadores (PT) e de Lula, na época investigado na operação. Em um despacho de três páginas, o ministro Alexandre de Moraes citou o inquérito instaurado por Toffoli em março, no qual a decisão foi proferida.
O episódio envolvendo a Crusoé foi o ponto maior de inúmeros outros casos de censura que viriam a ser repetidos pelo STF.