
Um homem foi detido pela Polícia Federal na última segunda (14), em Campos dos Goytacazes (RJ) após chamar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “ladrão” durante a passagem da comitiva presidencial pela BR-101.
A ocorrência veio à tona na noite de terça (15) pela Folha de S. Paulo e confirmada pela Gazeta do Povo. Segundo a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da presidência da República, o homem emparelhou o carro com o comboio do presidente e começou a xingá-lo.
A atitude foi considerada suspeita pela polícia, que o deteve junto de outros três ocupantes do veículo. Eles foram levados a uma delegacia para registro da ocorrência e foram liberados. As identidades não foram divulgadas e eles responderão por injúria.
Segundo a apuração da Folha, um vídeo supostamente gravado pelo home e publicado nas redes registra o momento das ofensas direcionadas ao presidente. Em outro trecho, também é possível ver os agentes da PF determinando que o motorista pare no acostamento da rodovia.
Lula estava em Campos dos Goytacazes para a inauguração do novo campus da Universidade Federal Fluminense (UFF). No dia seguinte, visitou as obras de ampliação da rodovia Presidente Dutra, no trecho da Serra das Araras, em Paracambi, e seguiu para o complexo industrial da montadora Nissan, em Resende, no sul fluminense.
Na marcação da Dutra, Lula atacou Jair Bolsonaro (PL) por conta das críticas sobre a existência de uma suposta “caixa-preta do BNDES”, que meses depois foi desmentida pelo ex-presidente.
“Quando o [Aloizio] Mercadante pegou o BNDES só tinha denúncia, [de que] ‘vamos apurar a corrupção no BNDES, vamos apurar a caixa-preta no BNDES’. Na verdade, eu sei o que deveriam pegar no BNDES: passaram dois anos falando bobagem e depois foram obrigados a pedir desculpas porque não encontraram nada”, disse.
“Não foi caixa-preta, na verdade. Está aberto. Eu também pensava que era caixa-preta, mas está disponível, no site do BNDES, todos os empréstimos feitos para outros países”, disse na época a apoiadores na portaria do Palácio da Alvorada.
Naquele período, o BNDES gastou R$ 48 milhões com uma auditoria interna que pretendia esclarecer se havia algum esquema de corrupção. A investigação durou um ano e 10 meses e concluiu que não foram encontradas evidências diretas.